O mês consagrado, pela Igreja Católica, à especial devoção à Maria, maio, chegou trazendo as chuvas "prometidas" por abril: de fato, a sexta-feira, dia 10 de maio , despontou bastante "aguada".
Uma cena encantadora, poética, inesquecível, os olhos de muitos puderam captar, na manhã deste mesmo dia 10: em meio a denso nevoeiro, o cume do Serrote do Olho d'água, localizado a poucos quilômetros da sede do município, viu-se , plenamente, encoberto pela neblina. Não desperdicei a ocasião, e "eternizei" o ato, produzido pela ação da natureza, na minha Kodak.
Imagem igual à da manhã de hoje (10/05), trouxe-me à mente os antigos colóquios que eu costumava manter com o Chico Policarpo (1903-1989), quando o agricultor, que ele fora , me dizia: "O Serrote do Olho d'água está cachimbando", acrescentando logo a seguir: "Sinal de que vem mais chuva! ".
Elaborada pela "sabedoria popular" do velho Policarpo , a expressão "cachimbando" tem sua razão de ser: trata-se de uma feliz "metáfora", isto é, de uma oportuna "comparação" , visto que a névoa, emergindo do ponto culminante do "nosso" Serrote, bem que evoca os rolos de fumaça produzidos pela queima do fumo depositado no cachimbo.
Temeroso pela ação devastadora de mais uma estiagem, que tudo aniquila, subtrai e destrói, o sertanejo, "antes de tudo, um forte" - como afirma, insperadamente, o grande escritor Euclides da Cunha, na sua monumental "Os Sertões" - agarra-se ao último fio de esperança, e implora, dos céus, copiosas quedas d´água.
Pois bem: sua prece não foi em vão, pois eis chegadas as chuvas que, não sem muita expectativa, eram aguardadas desde o Dia de São José.
Confira o vídeo que o professor Osmar Filho fez no riacho Bom Socesso, atrás da rua do comércio de Piquet Carneiro:
Por Osmar Filho
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