Já não é tão comum ouvir-se, no sossego da noite, ecoando pelos nossos sertões, em dias de Lua Cheia, o canto bruxuleante, pois melancólico e de causar arrepio, da Mãe-da-lua (Nyctibius griseus). Menos comum ainda, vê-la, levando-se em conta à época em que vivemos, desgraçadamente marcada pelas queimadas e pelos desmatamentos, de que são presas fáceis nossas florestas.
Na língua Tupi, a Mãe-da-lua recebe o nome de URUTAU, que, segundo o Houaiss, pode , assim, ser interpretado: "ave fantasma".
A expressão "ave fantasma" não é gratuita: mediante o chamado "processo de camuflagem", o Urutau, de fato, engana, facilmente, até mesmo, o observador mais atento: é que a plumagem da ave passa a ser , esteticamente confundida, com o prolongamento da estaca, em que ela costuma nidificar (mimetismo de galho - ver foto).
De minha parte, asseguro que já tive a oportunidade de ouvir o canto desta ave, na quietude da Chácara Santo Antônio de Pádua, no sítio Pau-a-pique.
Para os interessados no tema - como o autor destas linhas - sugiro assistir, no Youtube, a alguns vídeos, em que se pode apreciar a vocalização da Mãe-da-lua.
Mais informações sobre o URUTAL: " (...) vive em bordas de florestas, campos com árvores e cerrados e é encontrado da Costa Rica à Argentina. Põem um único ovo que é chocado pelo macho. O tempo de incubação dura, aproximadamente, 33 dias. O filhote permanece mais 51 dias no ninho, um dos períodos de desenvolvimento mais longos para as aves no continente americano. O pássaro adulto possui cerca de 37 centímetros de comprimento e 160 gramas de peso. Muitas vezes é confundido com uma coruja porque possui olhos grandes e desproporcionais ao tamanho da cabeça larga e achatada. À noite, quando iluminados por uma lanterna, os olhos refletem uma luz avermelhada, visível a grande distância. A boca, enorme, é parecida com a de um sapo cururu. Essa aparência assustadora é usada como arma para afastar a maioria dos predadores." (Cf. http://heidertorres.wordpress.com/2008/01/31/urutau-ave-fantasma/ - acesso em 15.03.2011).
Enfim, quero dizer aos leitores que a foto que ilustra este artigo foi tirada no Sítio Açude Velho, neste março de 2011, e gentilmente cedida, por quem de direito, para o Informe gerAção.
Por Osmar Filho
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